A nova espécie, Atheris hetfieldi, foi baptizada em homenagem ao vocalista e guitarrista da banda Metallica, James Hetfield.
Os pesquisadores, Dr. Luís Ceríaco e Mariana Marques, são fãs da banda de heavy metal. “Tanto eu quanto Mariana Marques, a segunda autora do trabalho, somos grandes fãs do Metallica e de James Hetfield desde muito jovens”, disse Ceríaco numa entrevista. Ao baptizá-la assim, os pesquisadores pretendem chamar a atenção para a importância da biodiversidade. “Estamos a perder biodiversidade a um ritmo alucinante e assustador, e muitas espécies podem extinguir-se mesmo antes de sabermos que existiram”, disse o investigador.
A cobra, Atheris hetfieldi, é uma víbora africana que cresce até cerca de 52 cm de comprimento, e tem a particularidade de ter uma cabeça de formato triangular e escamas de quilha forte. O habitat conhecido da cobra inclui a base do vulcão San Carlos, o segundo mais alto da ilha, com uma altitude de aproximadamente 2200 metros na Guiné Equatorial, na Ilha de Bioko. Os pesquisadores dizem que Atheris hetfieldi é a primeira nova espécie de cobra identificada na Ilha de Bioko em mais de 100 anos, e actualmente é a única cobra reconhecida como endémica da ilha.
Luis Ceríaco, curador-chefe do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto, chefiou o estudo, publicado na revista científica Zootaxa, no passado mês de Agosto, juntamente com Mariana Marques, colaboradora externa do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto e estudante de doutoramento do CIBIO, Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos, e com Aaron Bauer, professor norte-americano da Universidade Villanova, nos EUA.
Já havia outras três espécies endémicas da ilha de Bioko — uma osga (Hemidactylus biokoensis), uma lagartixa (Scelotes poensis) e um camaleão (Trioceros feae).